Muito se tem dito e escrito sobre o IDT - Instituto da Droga e da Toxicodependência. O mais recente alvo de críticas é o site dirigido ao público jovem (ver Aqui). Pronunciou-se sobre o assunto José Manuel Fernandes do Público, as Associações de Pais, e pronunciam-se na blogosfera Aqui ou Ali.
LSobre o trabalho do IDT muito há a questionar. Mas palavra de honra que neste caso não entendo o motivo de tanta celeuma. Por causa de um dicionário de calão?? É esse o argumento que fundamenta a opinião das Associações de Pais de que o IDT exalta e promove o consumo?
LQuem convive com crianças/jovens sabe que a primeira coisa que aprendem sobre as drogas é o calão utilizado. Muito antes de na escola ser definido o conceito de droga, já eles sabem que um "charro" é droga. Ouvem dizer que a droga é má e experimentam à mesma. E apesar da informação que vai sendo prestada no âmbito da formação escolar e em grupos que informalmente vão sendo trabalhados, pelo país, o consumo vai aumentando e as modas de consumo também se vão alterando - como confirma, de resto, os últimos resultados dos inquéritos realizados pelo IDT em meio escolar.
LEntenda-se que não defendo a promoção do calão como recurso de intervenção preventiva ao consumo de drogas.
LSei que na adolescência, o período por excelência de consumos experimentais, a lei que impera é a do grupo. Essa sim, sobrepõe-se a toda e qualquer informação que seja veículada pelos educadores.
LPor isso me é incompreensível que não exista uma efectiva Política de Saúde Pública que invista na Prevenção Primária de comportamentos de consumo aditivo, chamando a si, como parcerios, os actores do problema, ouvindo-os e envolvendo-os como "facilitadores" ou "informadores privilegiados" - por recurso por exemplo, às Associações de Estudantes.
LEstá mais do que na altura de se deixar de olhar para estas questões de fora para dentro e de se utilizar dinheiro público em inquéritos que confirmam o trabalho que o IDT persiste em não fazer. Com ou sem calão.
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