sábado, 31 de março de 2007

domingo, 25 de março de 2007

Cantiga de amigo

«Nem um poema nem um verso nem um canto
tudo raso de ausência tudo liso de espanto
e nem Camões Virgílio Shelley Dante ---
o meu amigo está longe
e a distância é bastante.

Nem um som nem um grito nem um ai
tudo calado todos sem mãe nem pai
Ah não Camões Virgílio Shelley Dante!

--- o meu amigo está longe
e a tristeza é bastante.

Nada a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho o amor imenso.
Calai Camões Virgílio Shelley Dante:
o meu amigo está longe
e a saudade é bastante!»

Ary dos Santos

O essencial é visível

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, seja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples "obrigado" diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao dirigirem-se a quem as confronta.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma chamada, não recomenda que perguntem antes quem fala para só depois dizer se está ou não.
É elegante fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que teve que se arrebentar para o fazer…
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em conversas informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio, diante de uma rejeição…
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
É elegante a gentileza.
Olhar nos olhos, ao conversar é essencialmente elegante. Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação mas tentar imitá-la é improdutivo.
A solução é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que não depende de estatuto social.
Elegante é não achar que “com amigos não tem de haver estas formalidades”. Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.
autor desconhecido
Adaptado

sexta-feira, 16 de março de 2007

Projecto Sal - 2005

Angola do it better

Sete portugueses foram condenados hoje, pelo Tribunal Municipal de Viana em Angola, a uma pena de 20 dias de prisão passível de ser substituída por uma multa de mais de 60.000 cuanzas (600 euros), por terem sido apanhados a conduzir com carta de condução Portuguesa.

Não fosse o novo blog do Ministério da Administração Interna não permitir "comments", eu própria sugeriria "a nossa opinião" ao Sr. Ministro Que-Não-É-Super-Homem-Ou-Sequer-Super-Polícia, para que o exemplo fosse seguido por cá também... a bem da segurança rodoviária.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Quixotismo

«São apenas moinhos de vento!»

quarta-feira, 14 de março de 2007

Escolas

«A ministra da Educação admitiu hoje no Parlamento vender ou arrendar 20 escolas secundárias de Lisboa e do Porto actualmente desactivadas, caso não possam ser reconvertidas, por exemplo, em escolas do 1º ciclo.
(...) Para inverter a tendência de diminuição do número de alunos no ensino secundário, que poderia levar ao encerramento de várias outras escolas, o executivo aposta na diversificação da oferta através de vias profissionalizantes e na atracção de estudantes da periferia para os estabelecimentos de ensino localizados no centro de Lisboa e no Porto.
O ministério quer ainda valorizar o uso das secundárias, criando "áreas de negócio como lojas de conveniência para estudantes e aluguer de pavilhões para baptizados", exemplos destacados hoje pela ministra que possam permitir aumentar as verbas para a manutenção dos edifícios.»

in Jornal Público 14/03/07

terça-feira, 13 de março de 2007

Letra para um hino - a uma menina.

«É possível falar sem um nó na garganta
é possível amar sem que venham proibir
é possível correr sem que seja fugir.
Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta.

É possível andar sem olhar para o chão
é possível viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros
se te apetece dizer não grita comigo: não.

É possível viver de outro modo. É
possível transformares em arma a tua mão.
É possível o amor. É possível o pão.
É possível viver de pé.

Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.
É possível viver sem fingir que se vive.
É possível ser homem.
É possível ser livre livre livre.»

Manuel Alegre

segunda-feira, 12 de março de 2007

O mundo pula e avança

Dizem os investigadores que os primeiros Homo sapiens terão chegado à Europa há 45 mil anos.

E tantas vezes tenho a sensação de estar ainda no Paleolítico...

Chavela Vargas


"Vivo para Diego y para ti. Nada más" - escreveu um dia Frida Kahlo a Chavela Vargas.
Conhecida como a "mulher do poncho vermelho", Chavela é mulher de excessos, arrojada, e dona de uma voz agreste que ousa pela força e sensualidade.
Assumiu aos 81 anos numa entrevista, o que nunca ocultou: a sua homossexualidade - o que nos dias que passam é ainda motivo de inquietação.
Recentemente surgiu em "Babel" de Alejandro González Iñárritu, que ganhou o "Oscar" para melhor banda sonora, a cantar um bolero do Cubano Frank Domínguez.
É difícil escolher-se uma música de eleição quando acompanhada pela voz emocionada de Chavela Vargas, e "Piensa en mi", por exemplo, se nos enche a alma.

domingo, 11 de março de 2007

Diatribes de Fim-de-semana

«"Nestas idades, as meninas deviam estar na escola. Portugal é o segundo país da União Europeia com maior taxa de gravidez na adolescência. Nós pensamos que deve ser feito o diagnóstico da situação concelho a concelho e que desse estudo deve sair um plano de prevenção", defendeu a deputada Helena Pinto.
(...)"A criminalização do aborto contribuiu em muito para que esta realidade não fosse conhecida. A clandestinidade a que muitas jovens eram forçadas impedia que se tomassem medidas adequadas", refere o BE no projecto de resolução."A dimensão deste problema coloca como imperativo que se estude, se faça o diagnóstico e em consequência se elabore um Plano Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência", acrescenta. O plano, propõe o BE, deve ser elaborado por um grupo de especialistas ao nível da Saúde e Educação e deve "garantir no imediato pelo menos um serviço de atendimento e aconselhamento a jovens em cada concelho" (...)»
in Público 09/03/07
Oh Sra. Deputada Helena Pinto, a criminalização do aborto contribuiu em muito para que não se soubesse que Portugal era o segundo país da U.E. com a taxa mais alta de gravidez na adolescência?
Que é imperativo um "Plano Nacional de Prevenção da Gravidez Adolescente", é inquestionável, mas fazer o diagnóstico do problema num país onde não existe educação sexual ou planeamento familiar efectivo? Não parece demasiado óbvia a raíz do problema? E essa preocupação não deveria anteceder a preocupação de descriminalização do aborto? Até consigo supor de que argumentos se poderá socorrer, fundamentando o quanto estas afirmações exalam senso comum, por isso não me desviarei do assunto.
No incío do ano lectivo 2005/2006, foi dado a conhecer a existência de um Grupo de Trabalho de Educação para a Saúde, liderado pelo psiquiatra Daniel Sampaio, que pretendia a criação, e entrada em funcionamento segundo me recordo, para o ano lectivo 2006/2007 de gabinetes de apoio aos alunos para aconselhamento sobre educação sexual, numa parceria entre os ministérios da Educação e da Saúde e reunindo esforços de entidades, como os serviços de saúde, as associações de pais e de estudantes; e que a abordagem à temática fosse feita de forma transdisciplinar.
A verdade é que até à data o projecto não viu a luz do dia. Por isso me questiono se não seria mais produtivo ao BE - em vez de se reunir num qualquer hotel de Lisboa para discutir e propôr o mesmo projecto que penso, foi aprovado em despacho pela Ministra da Educação em Novembro de 2005, ou recorrer a argumentações falaciosas para explicar a inoperância das escolas e dos professores com a "capacidade" que uns e outros têm para "implementar projectos deste tipo" -, ser de facto contra-poder e diagnosticar, aí sim, os motivos de facto, pelo qual o projecto parece ter sido abortado.
As meninas que engravidam aos 11, 12 ou 13 anos, não abandonam a escola. Muitas já vão no 4º aborto. Passarão agora a fazê-lo em unidades de saúde autorizadas? Se a vergonha social o permitir, sobretudo em meios onde o controle social é mais apertado, talvez. As que já têem 16 poderão abandonar, com maior propensão para o fazer se pertencerem a classes médias baixas. Mas, e se quiserem manter-se na escola, que apoios terão?

sábado, 10 de março de 2007

Dez Beta

Às 22h de hoje, pôde assistir-se pela internet, à estreita da curta "dez beta".
O conceito, sob a forma de pretensão a mito em torno do número 10, tem como mote a lenda milenar associada à "Aldeia das Dez" em Oliveira do Hospital.
Dez mulheres, dez moedas, dez realizadores, dez histórias, e muitos devaneios.
O projecto é de facto inovador.
Deseja-se que se transforme mais do que em sucesso de merchandising, em produto de qualidade.

(...)

Um amigo disse-me hoje: "Finalmente reconheceram que a Agustina tem Alzheimer!"...
É possível que na sequência do comentário eu tenha respondido "Que pena o Manoel de Oliveira não ter menos 20 anos"...

sexta-feira, 9 de março de 2007

«A Terra é Azul»...

... foi a frase proferida por Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a viajar pelo espaço, quando avistou o nosso planeta, a bordo da "Vostok I".
Tinha 27 anos de idade e viviam-se os tempos da Guerra Fria.
A Rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética numa tentativa de se superiorizarem, despoletou uma verdadeira corrida espacial e o sucesso da missão Russa que eternizou Gagarin, foi o motor para o que ainda hoje não é um facto pacífico - o sucesso de Neil Armstrong e Edwin Aldrin como os primeiros Homens a pisarem o solo de outro corpo celeste.
Gagarin faleceu em 1968 na sequência de um acidente de aviação durante um treino de rotina. Se assim não tivesse acontecido, poderia hoje celebrar o seu 73º aniversário.

À Zé e ao Gonçalo

Postais Terravista
À Zé que fez anos ontem, dia 8 de Março e porque há 8 anos atrás teve um dia complicado mas com um final perfeito quando, já dia 9 de Março, nasceu o Gonçalo - há-de ser sempre o menino mais lindo do mundo!
Aos dois, um beijo enorme.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Dia Internacional da Mulher

Porquê celebrar?

Alguns dados da Amnistia Internacional

Como bater numa mulher, segundo o Islão

Em Portugal

Até à revisão da Constituição em 1976:
– A mulher, face ao Código Civil, podia ser repudiada pelo marido no caso de não ser virgem na altura do casamento.– A família era dominada pela figura do chefe, que detinha o poder marital e paternal.- Salvo casos excepcionais, o chefe de família era o administrador dos bens comuns do casal, dos bens próprios da mulher e bens dos filhos menores.– O Código Civil determinava que “pertence à mulher durante a vida em comum, o governo doméstico”.– Mães solteiras não tinham qualquer protecção legal.– O marido tinha o direito de abrir a correspondência da mulher.
- O marido adquiria por casamento o direito, garantido constitucionalmente, de bater na mulher.– O Código Penal permitia ao marido matar a mulher em flagrante adultério (e a filha em flagrante corrupção), sofrendo apenas um desterro de seis meses.

quarta-feira, 7 de março de 2007

50 anos de RTP

Há 50 anos neste mesmo dia, surgiram as primeiras emissões televisivas regulares em Portugal. De facto, a caixinha mágica, como é lugar comum chamar-lhe, presenciou e ajudou a mudar valores, formas de estar e hábitos sociais.
Foi cenário da revolução de Abril de 1974 e povoou definitivamente o imaginario da minha geração com os programas do Vasco Granja, as reportagens em tom denunciatório e humorístico do Fernando Pessa, os Tv-rurais do Eng. Sousa Veloso, "o jornalinho" do Carlos Ribeiro, a "Árvore dos Patafúrdios", o suspense do "Hitchcock apresenta", os espectáculos de teatro televisivo, o "Clube dos Amigos Disney", o "Festival da canção", enfim... E a impetuosa "Gabriela" que obrigou os deputados da Nação a antecipar o terminus da sessão de trabalho, quem não se lembra dela?
O presente do actual Presidente da República à aniversariante, é a distinção com o título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique, por serviços relevantes ao país e da expansão da cultura portuguesa, sua história e valores.
A jovem cinquentenária agradece, mas os espectadores exigem que a prestação do serviço público de televisão nunca se distancie do rigor, imparcialidade, diversidade e qualidade da programação.

terça-feira, 6 de março de 2007

Lugar, lugares

«Era uma vez um lugar com um pequeno inferno e um pequeno paraíso, e as pessoas andavam de um lado para outro, e encontravam-nos, a eles, ao inferno e ao paraíso, e tomavam-nos como seus, e eles eram seus de verdade. As pessoas eram pequenas, mas faziam muito ruído. E diziam: é o meu inferno, é o meu paraíso. E não devemos malquerer às mitologias assim, porque são das pessoas, e neste assunto de pessoas, amá-las é que é bom. E então a gente ama as mitologias delas. À parte isso o lugar era execrável. As pessoas chiavam como ratos, e pegavam nas coisas e largavam-nas, e pegavam umas nas outras e largavam-se. Diziam: boa tarde, boa noite. E agarravam-se, e iam para a cama umas com as outras, e acordavam. Às vezes acordavam no meio da noite e agarravam-se freneticamente. Tenho medo — diziam. E depois amavam-se depressa e lavavam-se, e diziam: boa noite, boa noite. Isto era uma parte da vida delas, e era uma das regiões (comovedoras) da sua humanidade, e o que é humano é terrível e possui uma espécie de palpitante e ambígua beleza. E então a gente ama isto, porque a gente é humana, e amar é que é bom, e compreender, claro, etc. E no tal lugar, de manhã, as pessoas acordavam. Bom dia, bom dia. E desatavam a correr. É o meu inferno, o meu paraíso, vai ser bom, vai ser horrível, está a crescer, faz-se homem. E a gente então comove-se, e apoia, e ama. Está mais gordo, mais magro. E o lugar começa a ser cada vez mais um lugar, com as casas de várias cores, as árvores, e as leis, e a política. Porque é preciso mudar o inferno, cheira mal, cortaram a água, as pessoas ganham pouco — e que fizeram da dignidade humana? As reivindicações são legítimas. Não queremos este inferno. Dêem-nos um pequeno paraíso humano. Bom dia, como está? Mal, obrigado. Pois eu ontem estive a falar com ela, e ela disse: sou uma mulher honesta. E eu então fui para o emprego e trabalhei, e agora tenho algum dinheiro, e vou alugar uma casa decente, e o nosso filho há-de ser alguém na vida. E então a gente ama, porque isto é a verdadeira vida, palpita bestialmente ali, isto é que é a realidade, e todos juntos, e abaixo a exploração do homem pelo homem. E era intolerável. Ouvimos dizer que, numa delas, o pequeno inferno começou a aumentar por dentro, e ela pôs-se silenciosa e passava os dias a olhar para as flores, até que elas secavam, e ficava somente a jarra com os caules secos e a água podre. Mas o silêncio tornava-se tão impenetrável que os gritos dos outros, e a solícita ternura, e a piedade em pânico — batiam ali e resvalavam. E então a beleza florescia naquele rosto, uma beleza fria e quieta, e o rosto tinha uma luz especial que vinha de dentro como a luz do deserto, e aquilo não era humano — diziam as pessoas. Temos medo. E o ruído delas caminhava para trás, e as casas amorteciam-se ao pé dos jardins, mas é preciso continuar a viver. E havia o progresso. Eu tenho aqui, meus senhores, uma revolução. Desejam examinar? Por este lado, se fazem favor. Aí à direita. Muito bem. Não é uma boa revolução? Bem, compreende... Claro, é uma belíssima revolução. E é barata? Uma revolução barata?! Não, senhores, esta é uma verdadeira revolução. Algumas vidas, alguns sacrifícios, alguns anos, algumas. Um bocado cara. Mas de boa qualidade, isso.»
in "Lugar, lugares", Os Passos em Volta, Herberto Helder

sábado, 3 de março de 2007

Eclipse lunar

Com excepção dos momentos em que por vezes, tenho vontade de me eclipsar e outras tantas de fazer eclipsar alguém, este é um tema relativamente ao qual sou uma absoluta ignorante. Todavia, o fenómeno fascina-me. E a partir das 20h15 fui fazendo turnos de visita à janela, espreitar a lua.
Está muito nublado mas volta e meia é possível avista-la. Neste momento o disco lunar tem um tom avermelhado muito interessante, semelhante ao que é possível observar na imagem.

sexta-feira, 2 de março de 2007

«Sanções sociais» para fumadores




Fumar um cigarro num elevador é proibido, em Portugal, desde 1988.
Hospitais, escolas, salas de espectáculos ou transportes públicos são locais livres de fumo, de acordo com a legislação, desde 1983.
Em conferência de imprensa, o actual Ministro da Saúde, António Correia de Campos, afirmou que a nova legislação sobre o tabaco aprovada ontem em Conselho de Ministros, proibirá totalmente que se fume em transportes públicos, estabelecimentos de saúde e escolas.
Assim de repente, até apetece perguntar:
- "Sim, mas se já se tinha legislada exactamente a mesma coisa há 24 anos, qual é a novidade?"
- É que apesar do Ministro não ter adiantado pormenores sobre a forma de fiscalização do cumprimento destas normas, mostra-se confiante nas «sanções sociais».
É enternecedor ver-se um ministro que confia nos eleitores para monitorizar as políticas que implementa!

quinta-feira, 1 de março de 2007

Se me lembro???

The River, Bruce Spingsteen