sexta-feira, 16 de maio de 2008

O Império do Efémero

Desde sempre a indústria da moda repescou elementos militares e recriou de forma mais ou menos elegante, vestuário e acessórios.
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Nos últimos dois anos, por exemplo, tenho-me surpreendido com a imensidão de jovens que adoptam como acessório de moda o Keffieh - o lenço em xadrez preto e branco, imagem de marca de Yasser Arafat, e que por isso mesmo se tornou um símbolo dos que lutavam pela emancipação da Palestina - que começou por ser usado pelos Beduínos do Médio Oriente e do Norte de África como protecção de rosto à exposição solar e às tempestades de areia.
Em 2006, a Urban Outfitters promoveu os lenços no seu site sob a bandeira de uma postura "anti-guerra", o que suscitou protestos de descendentes Judaicos nos Estados Unidos e obrigou a marca a apresentar um pedido de desculpa por eventuais ofensas.
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Desde então outras marcas de couture introduziram o Keffieh nas suas colecções e famosos como David Beckam ou Colin Farrell incuíram-nos no seu guarda-roupa.
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Esta está longe de ser uma questão pacífica. A história recente impede-nos/me de dissociar a conotação política ao mero uso fashion. Mas que a discussão pode ter um efeito pedagógico transdisciplinar junto dos mais novos, é inegável.

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