domingo, 18 de setembro de 2011

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

domingo, 4 de setembro de 2011

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Hepburn sempre actual

Audrey Hepburn, uma das embaixadoras da boa vontade da UNICEF, carrega nos braços uma criança Somali, no centro de assistência alimentar daquela instituição, em Baidoa.

Disse Hepburn: «Para muitas é demasiado tarde, mas para muitas, muitas outras, ainda vamos a tempo.», quando se deparou com o impacto do problema da fome junto das crianças na Somália, corria o ano de 1922.

90 anos depois, o problema da fome naquele país mantem-se e as palavras de Lady Audrey Hepburn não podiam ser mais actuais!

Want to be Audrey Hepburn? Just click HERE and HELP!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Uma história simples

«O meu peito estava quente, o meu coração pensativo. (...) Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. (..) Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade ía ser sempre clandestina para mim. Parece que já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, quase em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.»


Clarice Lispector, Felicidade Clandestina

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Excrementos Humanos

«Centenas de habitantes empobrecidos e seropositivos do reino da Suazilândia, sul de África, estão a comer excremento de vaca nas zonas rurais para evitar que a medicação com retrovirais seja efectuada com o estômago vazio.»

Ler Aqui e Aqui e Aqui

Gostava de ter a capacidade de tecer um comentário a esta notícia... lembro apenas que em Setembro de 2010, El rei Mswati III da Suazilândia, e actual monarca, despediu o Ministro da Justiça, depois de o ter apanhado em flagrante delito com a 12ª das suas (do Monarca) 14 mulheres... A "consorte" em questão, de 22 anos... E sinto emergir em mim uma incontrolavel vontade de lhe (ao fofo do Mswati) cantar.... qualquer coisa parecido com isto:




... mas o nível de (in)sanidade mental ainda não me permite dirigir-me a excrementos humanos...

terça-feira, 26 de julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

Somália... um país com gente dentro




Já outras vezes a situação social da Somália motivou aqui alguns posts....

Não consigo ser indiferente. Resta-me a indignação.... Como disse um dia Pierre Bourdieu: «se o mundo social me é suportável, é porque me indigno.»

Ler Aqui, Aqui, Aqui, Aqui e Aqui.

Bom dia...

... que hoje o país está mais Seguro. Aqui

terça-feira, 19 de julho de 2011

O melhor argumento jamais utilizado...

... em defesa de sua honra, sob a acusação de violação....


Dominique Strauss-Khan dixit

sábado, 16 de julho de 2011

A menina da árvore

«Porque é que o mundo inteiro acontecia para fora, enquanto ela só acontecia para dentro?»

You really got a hold on me...

Acabo de vos deixar com a certeza de que nunca mais voltaremos a estar juntos desta forma.

É o fim de um ciclo. Sei o que me espera... mas sei sobretudo que vocês me farão muita falta. Inevitável... Não consegui estar convosco sem que a imagem mental dos momentos que passamos juntos se repetisse.

Como sempre, esta noite foi tão agradável como todas as outras. Não consegui dizer-vos o quanto gosto de vocês. Sussurrei-vos que sentirei a vossa falta... entre promessas de que sim, me farei de penetra para vos visitar, e de que não perderemos os laços... mas todos sabemos que nunca é assim...

É um momento difícil, este... vocês tornaram-se parte do que sou.

Sei que vocês não sabem sequer que este espaço existe, mas ainda assim não resisto a dizer-vos: Gosto muito de vocês. Sentirei muito a vossa falta!


sexta-feira, 15 de julho de 2011

Tudo sobre... Agrado


«Chamam-me Agrado porque toda a minha vida, sempre tentei agradar aos outros. Além de agradável, sou muito autêntica. Vejam que corpo... Feito à medida. Olhos amendoados: 80ml; Nariz: 200ml (...) Seios: dois, porque não sou nenhum monstro. Setenta mil cada, mas já estão amortizados

Continua: «Custa muito ser autêntica, minha senhora. E nestas coisas não devemos economizar, pois é-se mais autêntica quanto mais se parece com o que se sonhou para si mesma.»

Através da personagem de Agrado, transsexual, a actriz Antonia San Juan conduz-nos inevitavelmente à reflexão sobre o que julgamos ser autêntico e a falsidade; a mentira como forma de sobrevivência e a verdade como impossibilidade.

Todos (?) reconhecemos no uso social da mentira uma inevitabilidade... que nos "livra" de compromissos chatos (pessoais ou profissionais). Sim, porque todos mentimos... Talvez pela necessidade, como refere Simone Weil, de construirmos «uma armadura (...) que permite ao inapto que existe em si sobreviver aos acontecimentos que, sem essa armadura, o aniquilariam...» - e assim compreendemos também, a necessidade de tantos outros de fantasiarem acerca duma verdade que de forma mais ou menos consciente, não passa do recalcamento de uma certeza dolorosa.

Afinal, a verdade só nos é conveniente, quando de encontro à realidade que construímos para nós... E nisso, de facto, Agrado não poderia ser mais autêntica.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Postcards From Italy



Eleven

«Como é que eu não hei-de amar as palavras,

Se no vazio da noite

Em que procuro o calor do teu corpo

Em vão,

A película delas solta-se das coisas

Para trazer o teu nome

Assim,

Nuns dedos

Ávidos da tua mão»


J. P. C.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

quinta-feira, 2 de junho de 2011

segunda-feira, 9 de maio de 2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Era uma vez um lugar

Era uma vez um lugar onde havia um pequeno inferno e um pequeno paraíso.

As pessoas gostavam dos dois com a mesma intensidade de quem precisa de ar para viver, e por isso, viviam militantemente insatisfeitas.

- Está mal! - diziam. E porquê? - Porque está mal. Não pode ser assim.

- São todos iguais, não vale a pena fazer nada.

E paulatinamente foram-se dispersando nas suas motivações, sem nunca prescindirem do seu direito à indignação. E não podemos malquerer às pessoas assim, que não prescindem do seu livre-arbítrio, da liberdade de expressão, etc. e tal.

Os senhores do poder, eleitos para representar a insatisfação das pessoas, espelhavam coerentemente, a sua alienação. Também eles diziam que tudo estava mal, e que dessa forma não poderia continuar, claro está.

Um dia o tal lugar ficou saturado dos queixumes das pessoas que lá viviam. Rebela-se e pede a outros lugares, ajuda para restituir a identidade perdida.

Num voo especial chegaram uns senhores que quiseram perceber o fenómeno. Vinham manifestamente preocupados e com vontade de restituir ao lugar a ordem de que precisava. Leram papéis, muitos papéis, e queriam falar com as pessoas para perceber o seu desassossego.

Mas nesse lugar as pessoas reinvindicavam o direito ao descanso. O seu inferno e o seu paraíso maçava-as violentamente e sentiam que não podiam sucumbir, por falta de resiliência, ao seu direito de gritarem que tudo estava mal... como sempre estivera.

Então os senhores que ainda tinham o poder, nesse lugar, autorizaram que todos as pessoas que trabalhavam para o bem-estar do lugar, teriam direito a uma interrupção de cinco dias das suas obrigações para a causa pública, «Considerando a tradição de tolerância de ponto em serviços não essenciais na época de Páscoa (...)» (como centros de saúde, hospitais, tribunais, etc. ...).

Aqueloutros que tinham chegado num voo especial, não percebiam como é que um lugar podia ficar cinco dias fechado. Mas afinal aquele era apenas um lugar. Um lugar com um défice externo como já não havia (muita) memória, com uma taxa oficial de desemprego superior a 11%, com uma taxa de 10% de pessoas a viver a baixo do limiar de pobreza, onde um mês antes as pessoas saíram civilizadamente à rua a reinvindicar um posto de trabalho, é certo, mas apenas um lugar...

Enjoy your easter hollidays Mr(s). funcionário público!

Peer Gynt

«A acção começa nos primeiros anos do século XIX e termina por volta de 1860. Desenrola-se no vale de Gudbrande, (...) na costa de Marrocos (..).». É este o cenário de "Peer Gynt", o poema dramático de Henrik Ibse - um dos grandes expoentes do teatro do realismo moderno.

A obra foi escrita para contar a história de Peder Günt, que Ibsen teve oportunidade de conhecer, com o título original de "Peer Gynt - o Imperador de si mesmo".


"Peer Gynt" relata a viagem da personagem ao encontro de si mesmo, procurando evitar que a sua alma se dilua em não mais que coisa nenhuma. «Não me mereço.», «Necessito de tempo para pensar.», diz em dado momento.


«Ora vencida, ora vencedora, esta eterna criança que vive num mundo que está para além do bem e do mal, em que só a liberdade e a fantasia a guiam, mas que a torna surda em relação aos outros e cega para si próprio. Peer Gynt não se quer confrontar com a sua solidão, a sua fragilidade e a sua morte. Apesar do seu profundo e vital instinto de sobrevivência, a ligeireza e a pouca consistência das suas elaborações mentais não são mais do que aparências, numa vida sempre deslocada e sem raízes. Os seus desejos e sonhos (ou pesadelos) sucedem-se e desaparecem, sem que nada seja verdadeiramente modificado. Só lhe resta a fuga para a frente!

Santo ou criminoso, Peer Gynt tem a consciência que é socialmente um banido, que não está bem no real, mesmo que finja que não se preocupa com isso.(...)», descreve José Wallenstein que levou a cena no passado mês de Março a peça, na Fundação Calouste Gulbenkian, por convite do Serviço da Música daquela.

É, aliás, da autoria de Edvard Grieg, a composição em duas suites do acompanhamento musical da representação declamada de "Peer Gynt", que começa com "Amanhecer", uma melodia de flauta, representando justamente, um amanhecer na Noruega:






O interesse pelo intrincado "Peer Gynt" tem-se feito sentir por cá e além fronteiras, inclusivé no filme homónimo de Uwe Janson:







«Um homem que é ele mesmo, aí é que está o problema, eu sou eu mesmo do princípio ao fim», conclui Peer Gynt, de si próprio.


Post Scriptum: Não resisti à síntese de Vera Peneda (num artigo sobre "História de um mentiroso", encenada por João Garcia Miguel) descrevendo Peer Gynt, daí a adenda. Ei-la: «Ele sonhou ser imperador, procurou a glória pessoal e resistiu aos golpes do destino. Quando parecia ter dado o melhor para ser ele próprio, Gynt descobre que é um grandioso fracasso e que a sua vida é uma mentira colossal. No fim, é apanhado pelo amor, perde a alma e morre.»

segunda-feira, 18 de abril de 2011

domingo, 17 de abril de 2011

Enquanto o Sam tocava

Durante a 2ª Grande Guerra, Ilsa e Rick apaixonam-se em Paris, enquanto a cidade estava ocupada pelos Alemães.


Reencontram-se mais tarde em Marrocos, no bar do hotel (actualmente da cadeia Hyatt) explorado por Rick, enquanto aguardam um visto para embarcarem para Lisboa e daí para os EUA. Ilsa está acompanhada pelo marido.


É precisamente no decorrer desse encontro no "Rick`s Café Américain", que as personagens interpretadas por Humphrey Bogard e Ingrid Bergman reavivam memórias.


"Casablanca" é um dos mais belos filmes de sempre e decididamente uma história irresistível.


«We`ll allways have Paris»...



O monstro e a bela

O Monstro...
... da escrita, entenda-se. De uma escrita que aprecio especialmente. O polémico Truman Capote, autor do controverso "Travessia de Verão", do reconhecido "Outras vozes, outros lugares", ou "Breakfast at Tiffany`s" cuja adaptação ao cinema, conta com a interpretação da bela... ...Audrey Hepburn, no papel de Holly Golightly. Símbolo de elegância, feminilidade, delicadeza, discrição... Isn`t she wonderful?

Um dos meus filmes de eleição. Vale sempre a pena a (re)ler e (re)ver.

Yeah... I´m easy...



sábado, 16 de abril de 2011

...see you...

«Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,

e o que nos ficou não chega

para afastar o frio de quatro paredes.

Gastámos tudo menos o silêncio.

Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,

gastámos as mãos à força de as apertarmos,

gastámos o relógio e as pedras das esquinas

em esperas inúteis.


Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.

Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;

era como se todas as coisas fossem minhas:

quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.

E eu acreditava.

Acreditava,

porque ao teu lado

todas as coisas eram possíveis.


Mas isso era no tempo dos segredos,

era no tempo em que o teu corpo era um aquário,

era no tempo em que os meus olhos

eram realmente peixes verdes.

Hoje são apenas os meus olhos.

É pouco mas é verdade,

uns olhos como todos os outros.


Já gastámos as palavras.

Quando agora digo: meu amor,

já não se passa absolutamente nada.

E no entanto, antes das palavras gastas,

tenho a certeza

de que todas as coisas estremeciam

só de murmurar o teu nome

no silêncio do meu coração.


Não temos já nada para dar.

Dentro de ti

não há nada que me peça água.

O passado é inútil como um trapo.

E já te disse: as palavras estão gastas.


Adeus.»


Eugénio de Andrade

O meu Mercedes é maior do que o teu...

Miguel Portas 05/04/2011:




Parlamento da Suécia algures durante a 1ª década do século XXI:



domingo, 10 de abril de 2011

Lettie

Descobri-a por acaso, há já alguns meses. Lettie é uma contadora de estórias, que transporta para o palco a visão cinematográfica que imprime às suas composições; muitas vezes inspirada pelos postais antigos que colecciona.

Em 2009 acompanhou Peter Murphy na digressaõ europeia e é possível que venha este ano a Portugal, desta vez just by herself.



sábado, 9 de abril de 2011

Never said "I`ll be back..."

... But here I am today!... Dois anos depois... Porque Inquietude, é de facto, o meu modo de vida.



É sempre reconfortante regressar a casa num final de tarde: