Um dia, eu já tinha uma certa idade, no hall de um prédio público, um homem veio até mim. Apresentou-se e disse-me: "Eu conheço-a desde sempre. Toda a gente diz que a senhora era bonita quando jovem. Eu vim dizer-lhe que, para mim, a senhora é mais bonita agora do que quando era jovem. Gosto menos de seu rosto de moça do que o de agora, devastado."
Começa assim O Amante, de Marguerite Duras que lhe valeu em 1984, o mais célebre dos prémios literários Franceses (Goncourt), traduções em quarenta línguas e um enorme sucesso mundial, ampliado com a realização do filme homónimo, de Jean-Jacques Annaud.
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Outras obras foram adaptadas para cinema, como Hiroshima Meu Amor e India Song e em comum, percebe-se na obra de Marguerite Duras, 3 temáticas: as relações de família, a impossibilidade de concretização de amores pela pré-existência de um antigo amor inacabado e o questionamento introspectivo induzido pela solidão individual.
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Licenciou-se em Direito pela Sorbonne, foi professora, e devidiu-se nas artes entre a literatura, o teatro, o cinema e a crítica literária. Marguerite Duras faleceu em Paris, a 3 de Março de 1996 vítima de cancro.
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