terça-feira, 18 de junho de 2013

Junho

«Está frio. Lá fora. Quem haveria de dizer, nesta altura. Estão à mesa, tiveram de ligar os aquecedores. Há pouco, na cozinha, ele deu-lhe um beijo no pescoço, depois de abrir o vinho. Ela sorriu, nem perguntou porquê. Está calma, a casa. Não a conhecem de outra forma. Podem, se assim o entenderem, deixar-se ficar em silêncio, a escutar o familiar. A televisão baixinho, o crepitar da frigideira, os passinhos do cão na madeira, a pedinchar um petisco. (...)»
"Junho", in A Casa Quieta, R. G. de Carvalho


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