sábado, 10 de agosto de 2013
Precisa-se e Oferece-se
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Se me esqueceres
uma coisa.
Sabes como é:
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.
Mas agora,
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco.
Se de súbito
me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido.
Se julgas que é vasto e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.
Porém
se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor, ai minha amada,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.»Pablo Neruda, in "Poemas de Amor de Pablo Neruda
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Amar, dói!
quarta-feira, 24 de julho de 2013
terça-feira, 23 de julho de 2013
Al andar se hace el camino
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.»
segunda-feira, 22 de julho de 2013
"Em busca de um homem sensível" - Anais Nin
A pergunta que as mulheres jovens mais me fazem é a seguinte: como pode uma mulher criar uma vida própria quando é a profissão do marido que comanda sua maneira de viver? Médico, advogado, psicólogo ou professor, é a profissão do marido que determinará o lugar onde devem morar, e, portanto o meio onde conviverão. A conhecida pintora e professora Judy Chicago descobriu, num estudo sobre pintoras, que, enquanto todos os homens tinham seus ateliês separados da casa, as mulheres eram obrigadas a trabalhar na cozinha ou em outra peça da própria casa. Mas muitas mulheres levaram ao pé da letra o titulo de Virginia Woolf, A Room of One's Own (Um Quarto só para Si) e alugaram ateliês separados da residência familiar. Um casal que vivia numa casa de uma só peça instalou uma tenda no terraço para a mulher poder escrever. Mesmo o sentimento de "ir trabalhar", o ato físico de se separar, o sentido de valor que o isolamento confere ao trabalho, tornam-se um estimulo e ajuda. Criar uma nova vida não significava para elas um afastamento ou uma separação. É impressionante como qualquer ruptura ou separação comporta, para a mulher, uma idéia de perda, como se o cordão umbilical simbólico ainda comandasse a sua vida afetiva, como se cada ato constituísse uma ameaça à unidade e aos vínculos. Esse temor próprio das mulheres e não dos homens, foi-lhes, no entanto, inculcado pelos homens. Levados pelas ambições, absorvidos e submersos pelas suas profissões, os homens sempre se separavam de suas famílias e estiveram menos presentes juntos aos filhos. Mas o que aconteceu com eles não tem necessariamente de se reproduzir com as mulheres. São nos sentimentos que residem os vínculos indissolúveis. Não nas horas passadas com o marido e as crianças, mas na qualidade e na plenitude dessa presença. O homem está quase sempre fisicamente presente e mentalmente ausente. A mulher é bem mais capaz de deixar de lado o seu trabalho para se consagrar a um marido exausto ou a um dedo machucado de um filho. (...) Para a nova mulher, assim como para o novo homem, a arte de aliar e conciliar interesses opostos será um desafio. As mulheres de hoje não querem mais um marido inexistente, casado com o Big Business; elas estão dispostas a aceitar uma vida mais simples, que lhes permita aproveitar mais um marido cujo sangue não foi sugado pelas grandes companhias. As novas mulheres renunciam cada vez mais ao luxo. Gosto de vê-las vestidas com simplicidade, descontraídas, naturais, sem máscara. Mas a fase de transição colocou um problema delicado para as mulheres: como deixar de ser dominada, sem identidade, como se unir ao outro sem perder sua identidade? O novo homem tem ajudado bastante porque ele também quer mudar, passar da rigidez à flexibilidade, da mentalidade atrasada a uma mentalidade aberta, dos papéis desconfortáveis à ausência tranqüila de papéis. Uma jovem recebeu certa vez um convite para ser professora em outra cidade. O casal não tinha filhos. O jovem marido disse: "Vá, se é isso que você quer". Se ele não tivesse concordado com essa proposta, que lhe permitia avançar na carreira, ela teria se ressentido. Como ele a deixou partir, ela pensou que ele não a amava o suficiente para retê-la. Ela partiu com a impressão de estar sendo abandonada, e ele também ficou com a impressão de ter sido abandonado. Esses sentimentos ficaram completamente inconscientes. Esta separação de quatro meses poderia ter causado uma ruptura. O que só não aconteceu porque eles acabaram falando sobre esses sentimentos e rindo de suas ambivalências e contradições. Se no inconsciente ainda temos reações impossíveis de controlar, poderemos pelo menos impedi-las de nos prejudicar no presente. Se ambos, inconscientemente, ainda podiam ter medo de serem abandonados, tinham de descobrir um de se libertar do seu comportamento infantil. Escravos de seus terrores infantis, eles nunca teriam podido deixar suas casas. Ao confessarem seus temores, acabaram rindo dessa inconseqüência: querer ao mesmo tempo ser livre e controlado pelo outro. Em geral, a afirmação das diferenças na nova mulher emergente está fortemente marcada por uma impressão de dissonância e de falta de harmonia, mas trata-se apenas de um problema de relações, como na relação entre arte ciência, ciência e psicologia ou religião e ciência. Não são as semelhanças que criam harmonia, mas a arte de combinar entre seus variados elementos que enriquecem a vida. As atividades profissionais costumam exigir um excesso de concentração, o que limita a experiência pessoal. A introdução de novas correntes de pensamento, ao alargar o campo de interesses, é benéfica para homens e mulheres. Talvez certas mulheres novas e certos homens novos tenham medo da aventura e da mudança. Margaret Mead, que procurou um marido que partilhasse de sua paixão pela antropologia, acabou tendo de se dedicar ao estudo do nascimento e da educação das crianças, enquanto o marido se consagrava aos mitos e lendas das tribos. Um interesse comum nem sempre é sinônimo de igualdade. Todos carregamos dentro de nós a semente das ansiedades infantis, mas a vontade de viver com os outros em perfeita harmonia levou-nos a aprender a "integrar as diferenças". Quando observo esses jovens casais, que resolveram os problemas colocados por esta nova consciência e pelas novas posições, sinto que talvez estejamos chegando a uma era de humanismo em que as diferenças e desigualdades serão vencidas sem guerras. Yoko Ono propôs a "feminização da sociedade. A utilização das qualidades femininas como força para mudar o mundo... Evoluir em vez de se revoltar". A capacidade de empatia que os novos homens tem demonstrado com relação as mulheres vem da aceitação, por sua parte, do aspecto afetivo, intuitivo, sensorial e humano de seu próprio comportamento. Eles se permitem chorar (um homem nunca chora), expor sua vulnerabilidade, confessar seus fantasmas e partilhar a sua mais profunda intimidade. Certas mulheres estão confusas com esse novo convívio. Elas ainda não perceberam que para chegar a empatia é preciso sentir até certo ponto o que o outro sente. Isto significa que, se a mulher pretende afirmar sua criatividade e seu talento, o homem tem de demonstrar, por sua vez, sua aversão pelo que se esperava dele no passado. Esse novo tipo de homem jovem que tenho encontrado adapta-se muito bem a nova mulher, mas ela ainda não sabe apreciar completamente sua ternura, sua proximidade cada vez maior com a mulher, seu desejo de semelhança e não de diferença. Todo povo que viveu algum tempo sob uma ditadura em geral é incapaz de se governara si mesmo logo em seguida. Esta incapacidade é transitória: ela pode significar o início de uma vida e de uma liberdade totalmente novas. Aí está o homem. Ele é igual a você. Ele a trata como um igual. Nos momentos de incerteza você ainda pode discutir com ele certos problemas sobre os quais não poderia falar a vinte anos atrás. Como eu costumo dizer as mulheres de hoje - sobretudo não confundam sensibilidade com fraqueza. Esse erro quase levou nossa civilização a ruína. A violência foi confundida com o poder, e o abuso do poder com a força. A submissão ainda aparece em filmes, no teatro, nos meios de comunicação. Gostaria que o herói de O Último Tango em Paris tivesse morrido logo. E ele só morre no fim do filme. Toda a duração de um filme! Será que as mulheres precisarão de tanto tempo para perceber o sadismo, a arrogância, a tirania, tão dolorosamente presentes no mundo, na guerra e na corrupção? Iniciemos uma nova era de honestidade, de confiança, sem falsidade nas nossas relações pessoais; a história do mundo e o desenvolvimento das mulheres sairão ganhando.»
terça-feira, 18 de junho de 2013
Palavra do dia
Nunca é demais saber:
«(bigode + -eira)
Eras assim na minha memória
Junho
domingo, 18 de setembro de 2011
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
domingo, 4 de setembro de 2011
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Hepburn sempre actual
Want to be Audrey Hepburn? Just click HERE and HELP!
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Uma história simples
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Excrementos Humanos
terça-feira, 26 de julho de 2011
domingo, 24 de julho de 2011
Somália... um país com gente dentro
sexta-feira, 22 de julho de 2011
terça-feira, 19 de julho de 2011
sábado, 16 de julho de 2011
You really got a hold on me...
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Tudo sobre... Agrado
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Eleven
quinta-feira, 7 de julho de 2011
quinta-feira, 2 de junho de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Era uma vez um lugar
Peer Gynt
O interesse pelo intrincado "Peer Gynt" tem-se feito sentir por cá e além fronteiras, inclusivé no filme homónimo de Uwe Janson:
«Um homem que é ele mesmo, aí é que está o problema, eu sou eu mesmo do princípio ao fim», conclui Peer Gynt, de si próprio.
Post Scriptum: Não resisti à síntese de Vera Peneda (num artigo sobre "História de um mentiroso", encenada por João Garcia Miguel) descrevendo Peer Gynt, daí a adenda. Ei-la: «Ele sonhou ser imperador, procurou a glória pessoal e resistiu aos golpes do destino. Quando parecia ter dado o melhor para ser ele próprio, Gynt descobre que é um grandioso fracasso e que a sua vida é uma mentira colossal. No fim, é apanhado pelo amor, perde a alma e morre.»
segunda-feira, 18 de abril de 2011
domingo, 17 de abril de 2011
Enquanto o Sam tocava
O monstro e a bela
sábado, 16 de abril de 2011
...see you...
O meu Mercedes é maior do que o teu...
Parlamento da Suécia algures durante a 1ª década do século XXI:
domingo, 10 de abril de 2011
Lettie
sábado, 9 de abril de 2011
Never said "I`ll be back..."
sábado, 16 de maio de 2009
12 points to Flor-de-Lis
Porque...
- Cantam na língua materna, coisa rara para os lados da Eurovisão;
- A música exala as raízes tradicionais Portuguesas, numa roupagem tão comedida entre o antigo e o moderno que a torna tão primaveril;
- O casamento de palavras de Pedro Marques (autor da letra) exemplifica de forma tão feliz a complexidade das coisas simples;
- O despojamento da Daniela Varela que, brincando, se faz valer em palco do único atributo realmente importante: a voz;
- Depois de tanto tempo, conseguiram que os Portugueses ficassem expectantes com o Festival da Eurovisão.
Desde a minha infância/adolescência, que uma canção a concurso à Eurovisão não me entusiasmava. Esta música espelha uma Alma Lusa que me parece mais condicente com um Portugal actual, em construção, jovem, positivo, europeu e globalizado por referência a uma matriz cultural identitária. Este é o meu Portugal, tão bem interpretado pelos Flor-de-Lis.
Flor-de-Lis no myspace aqui
"Se sou tinta Tu és tela
Se sou chuva És aguarela
Se sou sal És branca areia
Se sou mar És maré-cheia
Se sou céu És nuvem nele
Se sou estrela És de encantar
Se sou noite És luz para ela
Se sou dia És o luar
Sou a voz Do coração
Numa carta Aberta ao mundo
Sou o espelho D’emoção
Do teu olhar Profundo
Sou um todo Num instante
Corpo dado Em jeito amante
Sou o tempo Que não passa
Quando a saudade Me abraça
Beija o mar O vento e a lua
Sou um sol Em neve nua
Em todas as ruas Do amor
Serás meu E eu serei tua
Se sou tinta Tu és tela
Se sou chuva És aguarela
Se sou sal És branca areia
Se sou mar És maré cheia
Se sou céu És nuvem nele
Se sou estrela És de encantar
Se sou noite És luz para ela
Se sou dia És o luar
Beija o mar O vento e a lua
Sou um sol Em neve nua
Em todas as ruas Do amor
Serás meu E eu serei tua"
Flor-de-Lis, Todas as Ruas do Amor
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Closing Time
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
É Natal... Portanto...
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Imperdoável seria,
esquecer-se do amigo
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Melhor seria se nevasse.
O espírito da época
tocarem e for hora de acordar,
talvez possamos então
o Natal celebrar.
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L
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Feliz Natal!
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Parabéns à "São"...
É uma menina crescida mas tão pouco respeitada, a Declaração Universal dos Direitos Humanos!
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Levanta-te e Actua
terça-feira, 14 de outubro de 2008
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Ontem foi dia...
Violências
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Hoje é dia...
... Mundial da Música
... Mundial do Vegetarianismo
Foto de Sebastião Salgado
... Internacional do Idososegunda-feira, 22 de setembro de 2008
domingo, 21 de setembro de 2008
Happy Birthday Mr. Cohen
sábado, 13 de setembro de 2008
Dias que passam
sábado, 30 de agosto de 2008
Realidades
"Pensa que existem demasiados imigrantes em Portugal?"
20% - Sim
13% - Não
67% - Oi?
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Morre Lentamente
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
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Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
L
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atras de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
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Morre lentamente,
quem abandona um projecto antes de inicia-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
L
Evitemos a morte em doses suaves,
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Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade."
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Pablo Neruda
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Save Miguel
«(...) Angelina Jolie tem os seus orfãos de todos os países do mundo, Bono tema a sua cena de África, Al Gore tem o "Salvem o Planeta(...)". O Grupo Amorim fez o convite, e Rob Schneider abraçou a causa. "Save Miguel", pela cortiça Portuguesa.
Ver mais aqui
65º Festival de Cinema de Veneza
A Biblioteca de Babel: instantes do submundo
Estudo de caso de Angola sobre o Direito Humano à alimentação adequada, Luanda, Fevereiro de 2005
The blessed one
A julgar pelo discurso da Mrs Obama ontem na Convenção Democrata em Denver, pode dizer-se que de facto, foi abençoado pelo casamento. O público em êxtase, chorou e deixou-se enternecer com as meninas Obama, ao som do "Isn`t she lovely?", no final do discurso da mãe.
domingo, 24 de agosto de 2008
Jorge Luís Borges
en la próxima trataría de cometer más errores.